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-Se julgam atrasados estes espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho, para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E, se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."
Palavras de Sr Caboclo da Sete Encruzilhadas incorporado em Sr Zélio de Moraes, inaugurando a Umbanda, que é a minha religião, a qual pratico no Terreiro Pai Maneco, onde sou médium em desenvolvimento.
Tenho nome duplo, o primeiro é francês, inspirado em um romance antigo que minha mãe leu na adolescência, não o uso muito, já que as pessoas não o pronunciam direito e acho um tanto quanto esnobe corrigí-las. Deveria ter três sobrenomes, mas acabei registrada com apenas um. Há um entendimento cigano de que apenas as mães devem saber os nomes inteiros dos(as) filhos(as), então não o escreverei aqui.
Serafina Flores é o nome com o qual assino minhas produções no campo da arte, me foi dado por uma pessoa querida e especial que sempre vai morar no meu coração.
Sou virginiana, com a lua em escorpião e marte em libra.
Minhas cartas da vida, sob as quais nasci são: VII O Carro e Nove de Copas.
Tenho um amoroso filho de nove anos, especial em vários sentidos, todos os dias brinda aos que convivem com ele com sensíveis novas descobertas. Desde o seu nascimento vem desconstruindo e superando várias certezas médicas. Passou, com muito sucesso, já nos primeiros meses de vida, por duas cirurgias. O geneticista que o acompanha, ao definir seu diagnóstico, identificou nele uma combinação genética encontrada na época em apenas outras três crianças no mundo.
As Ciências Sociais, a Filosofia e a Arte me ensinaram/ensinam que conhecimento é processo e construção, que deve-se cuidar com a presunção sempre - seja nas primeiras impressões seja em conclusões; que assim como informa aquele hexagrama do iching - poder é verbo não substantivo e como também diz-nos aquele talmude judaico - não vemos as coisas como elas são, vemo-as como nós somos; que ser o que a gente é nos leva mais além como dizia o poeta e que a verdadeira epistême está no congá de Sr Zambi.
Considero que a procura pela identificação de cada percalço do caminho como oportunidade de aprendizado contribui, como parcela individual, no processo macro de produção de cultura que compõe o aprimoramento do desenvolvimento humano. Se não for para melhorarmos não faz sentido estarmos aqui. O caminho é bonito, é Luz e Amor Maior, sempre.
Eu sou a Cris e eu falei. Aprendi em uma aula que é assim que os índios concluem suas falas.
Uma ótima semana a todos,
Saravás. :)
Abçs